Opará: Observatório cidadão da qualidade ambiental no médio São Francisco
O Rio São Francisco sofre com uma série de impactos ambientais, como desmatamento do seu entorno, assoreamento, poluição e drenagem de água para irrigação, afetando diretamente a população local. O monitoramento de tais impactos permite que medidas fiscalizadoras e mitigadoras possam ser tomadas pelos órgãos responsáveis. Uma alternativa para monitorar a qualidade da água e da saúde biótica dos rios é o que se chama de ciência cidadã ou da comunidade, onde a população participa do processo científico.
Na realização do projeto, essa ciência envolve ativamente a população nas atividades com a produção de resultados científicos. As ferramentas utilizadas consistem no mapeamento e monitoramento da qualidade biótica da água por macroinvertebrados bioindicadores, por seu custo-benefício e facilidade de implementação no currículo de crianças e jovens em idade escolar. O barco Opará conduzirá o projeto, servindo como eixo integrador das ações, garantindo sua exequibilidade e dando visibilidade aos participantes envolvidos
Tal enfoque converge com os objetivos da ciência cidadã, assim como recomenda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para ciências, onde o processo investigativo deve ser entendido como elemento central na formação dos estudantes.Na maioria das vezes, a realidade das escolas públicas no país não contempla os recursos humanos e materiais para implementação dessa visão. Economicamente, o alto médio São Francisco marca a transição entre as regiões de maior IDH no alto, onde se localiza a RMBH, para as de menor IDH no médio e médio baixo.
Para atender a essas demandas, enfim, a presente proposta deverá criar um “Observatório cidadão da qualidade ambiental no Médio Rio São Francisco”, através do barco-laboratório Opará. A partir do seu desenvolvimento, além do material produzido, a ideia é iniciar o treinamento de professores e alunos e que as ações de execução do monitoramento tenham efeito multiplicador nas populações envolvidas.